CFP promove debate sobre a despatologização das Identidades trans e travestis

Ativistas, profissionais e pesquisadores debaterão os marcos legais do atendimento à saúde e o panorama político da luta pela despatologização de travestis e transexuais. Atividade será transmitida online, na terça (02), às 20 h.

Na terça-feira, dia 2 de dezembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizará um debate online sobre a despatologização das Identidades Trans e Travestis com o objetivo de abordar a atuação da Psicologia e da Medicina no atendimento desta população à luz dos direitos humanos, além de apresentar a importância e os dilemas da despatologização das travestilidades e transexualidades. O evento será transmitido via pelo site do CFP, a partir das 20 horas.

O debate contará com a participação de Leonardo Tenório, ativista trans, Paula Sandrine Machado, psicóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Lúcio Flávio Gonzaga, representante do Conselho Federal de Medicina. O debate será mediado por Marco Aurélio Prado, psicólogo integrante da Comissão de Direitos Humanos do CFP e professor da Universidade Federal de Minas Gerais.

A conversa também abordará a Portaria no 2.803, de 19 de novembro de 2013, que amplia e redefine o processo transexualizador no país para instalar uma reflexão sobre o lugar da Psicologia nesses processos. “As ações de psicólogas e psicólogos nesse processo precisam serem mais conhecidas e discutidas. O lugar da psicologia nos processos de transição de gênero é ainda pouco conhecido, assim, começamos com o evento a debater com outras profissões e com ativistas as questões que envolvem a despatologizaçao e a garantia de acesso à saúde integral”.

O debate online faz parte de uma campanha da autarquia que prevê ações de comunicação para divulgar a importância da despatologização e da promoção do respeito em relação à multiplicidade e à diversidade humana, o direito ao próprio corpo, e disseminar os parâmetros dos direitos humanos aos profissionais de saúde que atuam com essas pessoas.

O projeto tem, ainda, o objetivo de dar visibilidade às violações aos direitos básicos, como saúde, educação e trabalho, prejudicados devido ao preconceito exercido nas instituições e nas políticas públicas contra pessoas trans e travestis, bem como evidenciar as boas práticas de respeito e direitos humanos com a diversidade de gênero e sexual.

Os internautas poderão participar do debate via Twitter, Facebook e por e-mail, enviando perguntas e comentários com as hashtags #despatologização e #debatetrans ou envie para o e-mail eventos@cfp.org.br.

Debate “Despatologização das Identidades Trans e Travesties”
Terça-feira, dia 2/12, às 20h
Com transmissão online no site do CFP: www.cfp.org.br

Participantes:

PAULA SANDRINE MACHADO possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Tem experiência na área de Antropologia do Corpo e da Saúde, Antropologia da Ciência, Psicologia Social e Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: sexualidade, gênero, intersexualidade, direitos sexuais e reprodutivos. Veja currículo completo aqui.

 

leonardo_tenorio

Leonardo Tenório, Ativista Trans

LEONARDO TENÓRIO, Ativista trans, ex-presidente da Associação Brasileira de Homens Trans (ABHT) no período de 2012 a 2014 e colaborador da pesquisa ‘Transexualidade e saúde no Brasil: entre a invisibilidade e a demanda por políticas públicas para homens trans’.

 

 

 

marco_prado

Marco Prado (psicólogo, professor e membro da CDH/CFP)

MARCO AURÉLIO PRADO, Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com foco em estudos sobre participação política, identidades coletivas e movimentos sociais. Foi secretário da Sociedade Brasileira de Psicologia Política, sendo um dos Editores da Revista Psicologia Política (2001-2007) e foi também Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Política (2009-2011). É professor associado II da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (2009-2010) da UFMG. É professor junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia e pesquisador junto ao Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH/UFMG). Possui “grant” pesquisador pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e é bolsista pesquisador do CNPq.  Tem experiência na área de Psicologia Social e Política, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia comunitária, ações coletivas, comportamento político, identidade coletiva e movimentos sociais, políticas públicas e participação social, estudos LGBT, sexualidades, preconceito, homofobias, gênero e movimentos sociais. Veja currículo completo aqui.

 

 

LÚCIO FLÁVIO GONZAGA (Conselho Federal de Medicina) Conselheiro Federal Efetivo pelo Estado do Ceará. Nasceu em 1952, no município de Caucaia (região metropolitana de Fortaleza). Graduou-se, em 1977, pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e concluiu residência em Urologia no Hospital Geral da capital cearense (1978-1979). É mestre em Cirurgia (1999) e doutor em Farmacologia (2003). As duas pós-graduações foram realizadas também na UFC, onde atua como professor associado, na graduação e pós-graduação, desde 1985. Também é professor de pós-graduação na Escola Cearense de Oncologia e especialista do Hospital do Câncer do Ceará. A partir de 1983, integra o Conselho Regional de Medicina do estado (Cremec), onde já foi tesoureiro, secretário e vice-presidente, entre outros cargos. Também ocupou funções na Associação Médica Cearense (AMC) e na Sociedade Brasileira de Urologia.